Sou o Seu Silêncio: O importante é que Eva não morra aqui!

Sou o Seu Silêncio: O importante é que Eva não morra aqui!

Sou o Seu Silêncio: O importante

Análise de Sou o Seu Silêncio.

Sou o Seu Silêncio é um título tão poético quanto enigmático! O silêncio de quem? E alguém pode ser o silêncio do outro? Logo na capa, é-nos dito que esta obra é um policial. Será o silêncio o comportamento adoptado por uma testemunha de um crime? Ou pelo próprio criminoso?

A verdade é que, quando o título de um livro mexe com um potencial leitor e suscita tantas questões, o resultado é inevitável: temos de, pelo menos, folhear a obra.

E se a isto juntarmos o facto de que o autor (argumento e desenho) é Jordi Lafebre (ver artigos “De Tudo o que é Belo…!” e “Lydie: Há nomes que nos marcam para toda a vida!“), então a leitura torna-se obrigatória.

A sua parceria com Zidrou é bem conhecida dos portugueses através da série Verões Felizes e de Lydie. Mas é em Apesar de Tudo e agora com Sou o Seu Silêncio (acabado de publicar pela Arte de Autor, podendo a sinopse e previews da edição nacional serem visualizadas aqui), que o catalão Jordi Lafebre mostra ao apreciador da Nona Arte que é tão bom a escrever como a desenhar. E que consegue transpor para o papel uma sensibilidade narrativa muito própria.

Resta-nos ver como Lafebre preenche os seus silêncios e para isso…

Vamos à história!

Está um dia limpo em Barcelona. Daquele ponto de vista, o céu azul e o casario estendem-se por quilómetros até ao mar.

Eva Rojas equilibra-se perigosamente no beiral do telhado, desafiando a vertigem e ignorando a mensagem da “Sagrada Família” de Gaudi. Aquela espécie de transe em que caíra é quebrado pelas sirenes dos carros de polícia que chegam a toda a velocidade. O seu amigo Llull consegue trepar para o telhado e pede-lhe que ela não feche os olhos. Ela fecha-os! Mas antes que algo aconteça, Eva pergunta a Llull quem é que ele acha que poderia matar Zeus. O psicólogo, incrédulo e pendurado em esforço no beiral, pede-lhe que desça dali e que continue a sessão no consultório. Eva acende um cigarro.

Sou o Seu Silêncio: O importante

Eva é uma jovem brilhante, desempoeirada, que exerce psiquiatria. Llull é seu amigo e seu terapeuta. E neste dia, é ela que está no divã pois Llull foi encarregue de avaliar a sua saúde mental já que tiraram a licença a Eva e ela não pode agora cuidar dos seus pacientes. Do diagnóstico positivo do Dr. depende a continuação do exercício da profissão de Eva. Llull reinicia a sessão. Mas Eva conhece todas as perguntas armadilhadas, todos os testes, sabe bem onde Llull quer chegar e tenta dar-lhe a volta. Mente! Llull pergunta-lhe se consome drogas ou medicamentos; ela responde que não, ainda que no seu bolso se esconda um comprimido. Ele pergunta-lhe se ela tem alucinações ou ouve vozes; ela responde que não, se bem que os “espíritos” de três mulheres da sua família a acompanhem permanentemente e gostem de interferir nos seus pensamentos.

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