O Mistério dos Templários

O Mistério dos Templários

O Mistério dos Templários

O Mistério dos Templários, da autoria de José Ruy.

Em outubro, a Polvo editou a banda desenhada O Mistério dos Templários, da autoria de José Ruy. Trata-se da segunda obra póstuma do autor lançada pela editora, após a banda desenhada Lendas Japonesas (baseada na obra de Wenceslau de Moraes), publicada em junho deste ano.

Relembre-se também que, este mês, a Ala dos Livros editou A Passagem Impossível (ou o relato da extraordinária viagem do navegador português David Melgueiro, que no século XVII, a comando de uma embarcação holandesa e tal como testemunhou o Seigneur de la Madelène ao Conde de Pontchartrain, rumou a Norte e realizou a travessia pela Passagem do Nordeste), a terceira obra póstuma de José Ruy.

Há muito tempo que a Ordem dos Templários vinha fascinando José Ruy, sobretudo pelo mistério que a envolveu aquando da sua extinção. Durante anos foi reunindo documentação e imaginou um argumento de modo a incluir os factos históricos, mas com qualquer coisa de diferente do que conhecia das várias versões já publicadas em Banda Desenhada.
O enredo de O Mistério dos Templários inicia-se em Portugal no princípio da nossa nacionalidade e acompanha o trajeto dos Cavaleiros do Templo ou Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, como também eram conhecidos, ao longo de todo o seu percurso, da fundação à extinção, mostrando igualmente a criação da Ordem de Cristo e relatando pormenores pouco divulgados.
Simultaneamente monges e soldados, estes cavaleiros do Templo conciliavam na sua forma de vida os ideais da cavalaria medieval e os mais exigentes preceitos de vida monástica.
Este foi o último trabalho deixado terminado pelo autor, que o desenhou e coloriu entre 2021 e 2022, com 91 anos de idade.

José Ruy Matias Pinto nasceu a 9 de maio de 1930, na Amadora. Cursou Artes Gráficasme habilitação a Belas-Artes na Escola António Arroio, em Lisboa. Aos 14 anos estreou-se na revista O Papagaio. A partir daí a sua presença (e o seu traço) foi transversal a uma boa parte das revistas portuguesas de banda desenhada: colaborou, entre outras, com O Mosquito, Camarada, Pisca-Pisca, Cavaleiro Andante, Tintin, Spirou, Mundo de Aventuras, Selecções BD… Viu serem-lhe publicados mais de oito dezenas de álbuns, cerca de meia centena e meia dos quais em banda desenhada. Apaixonado pela biografia histórica e pelos clássicos, boa parte da sua obra foi dedicada à sua adaptação à banda desenhada: UbirajaraO Bobo, Fernão Mendes Pinto e a sua Peregrinação, os Autos das Barcas ou Os Lusíadas são alguns dos seus trabalhos mais emblemáticos. Há duas características na obra de José Ruy que constituem a sua imagem de marca: um rigor absoluto na investigação e um entusiasmo enorme pela banda desenhada. Foram-lhe atribuídos mais de duas dezenas e meia de prémios e distinções. Expôs em vários países da Europa, na China, no Japão e no Brasil. Em 1990, foi o primeiro autor a ser galardoado com o Prémio de Honra do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. No ano seguinte foi distinguido com a Medalha Municipal de Ouro de Mérito e Dedicação da sua cidade natal, onde o seu nome está ainda atribuído a uma escola e a uma avenida. Faleceu a 23 de novembro de 2022 na sua Amadora. Contava 92 anos e ainda produzia. É um dos Maiores autores portugueses de banda desenhada.

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