Os Laços da Turma da Mónica: Mark Twain e Stephen King à conversa com os irmãos Cafaggi

Os Laços da Turma da Mónica: Mark Twain e Stephen King à conversa com os irmãos Cafaggi

Os Laços da Turma da Mónica

Análise de Turma da Mónica: Laços, de Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi.

Nota: Apesar da análise “Os Laços da Turma da Mónica: Mark Twain e Stephen King à conversa com os irmãos Cafaggi” ter sido escrita após a leitura da edição portuguesa de Turma da Mónica: Laços, de Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi, publicada pela chancela Bicho Carpinteiro da cooperativa editorial A Seita, por questões logísticas ilustra-se o presente artigo com imagens da edição brasileira da Panini.

Todos temos memórias de infância. Uns conseguem recuar mais no tempo; outros nem tanto. De qualquer modo, as boas memórias de infância trazem sempre consigo algo difícil de definir. É um misto de magia e de realidade, fruto de um tempo em que os nossos conceitos ainda não estavam construídos ou sequer alicerçados.

Os passeios com os pais, as brincadeiras, o cheiro dos cozinhados da avó e os seus mil sabores, os primeiros amigos, as festas de família, a excitação das aulas e a alegria das “férias grandes”, tudo isto e muito mais ajudou a construir a minha infância feliz. E num cantinho da memória, lá está ela, a Turma da Mônica.

Foram centenas os “gibis” que li, mesmo antes de saber ler – é o faz de conta próprio dos primeiros anos de vida. Do meu universo faziam parte a Mônica, o Cebolinha, o Cascão, a Magali e todos os que os acompanhavam nas aventuras que eram também as minhas.

E depois aconteceu o correr do tempo e a Turma da Mônica ficou lá para trás, numa memória distante. Claro que ver as revistas do Mauricio de Sousa nos escaparates me fazia recordar em permanência a minha infância. Claro que, com o nascimento dos meus filhos, a Mônica voltou a frequentar o meu lar. Mas já não era a mesma coisa…

Eis que surge então o livro que agora vos apresento – Turma da Mónica: Laços (cf. sinopse e previews da edição portuguesa aqui). Lançado em Portugal pel’A Seita há pouco tempo, a sua autoria é de Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi, irmãos abençoados por um talento luminoso.

Durante toda a leitura desta Turma da Mónica, fui retido na minha infância feliz, assim como os meus cinco sentidos. Mesmo que nela tenha encontrado laivos da escrita do mestre do terror fantástico, Stephen King.

Mas antes de se falar acerca disso…

Vamos à história!

A noite vai alta. Os faróis do automóvel iluminam a entrada da casa. Lá dentro, uma mãe cansada, com olheiras profundas, envolve o seu bebé numa coberta e afaga-o no seu colo. O pai regressa a casa, depois de um dia de trabalho. Na mão traz uma caixa. O olhar terno que lança à esposa denuncia a sua conivência. Acordam o bebé. Este caminha trôpego em direcção da caixa. Entreabre-a. De lá de dentro surge um cachorrinho felpudo. O bebé hesita – olha para o seu peluche favorito, olha para o cachorrinho e abraça-o. A mãe grava o momento numa fotografia. E naquele momento surge uma amizade para a vida… entre o bebé que tem apenas três fios de cabelo e o seu cãozinho de pelo esverdeado.

Os Laços da Turma da Mónica

O Bairro do Limoeiro fica nos arredores da grande cidade. É uma zona pacata, onde todos se conhecem e as crianças ainda podem brincar descansadas na rua. Mas naquele dia, sossego é coisa que não existe. Cebolinha e Cascão correm desenfreados, um vestido de Peter Pan e o outro de Capitão Gancho. O terror nos seus rostos deixa adivinhar o que se passa. É que logo atrás, em perseguição implacável, vem a Mónica, fazendo girar acima da cabeça o Sansão, o seu coelho de peluche que tantas vezes serviu como arma de arremesso. A toda a brida, os rapazes aceleram pelas ruas do bairro, atropelando amigos, invadindo quintais, até chegarem a casa do amigo Xaveco onde pensam encontrar santuário. Mas estão enganados! Mónica é uma força da natureza, invade a casa e, com Sansão, castiga sem dó nem piedade Cebolinha e Cascão. Mais uma vez, o plano de Cebolinha para se livrar da Mónica falhou.

Os Laços da Turma da Mónica

Um pouco mais recompostos da tareia que apanharam, mas ainda doridos, aos rapazes só resta regressar à segurança dos seus lares. Mas algo se passa na casa do Cebolinha. Não é normal estarem ali tantas pessoas à entrada, a sussurrarem incessantemente. Cebolinha corre para a mãe. O olhar dela revela ao filho uma tristeza que será comum aos dois. O Floquinho desapareceu, fugiu. Para Cebolinha é como se o mundo tivesse acabado. A mãe e Cascão tentam confortá-lo. Toda a gente está à procura do cão. Mas chega a noite e nem sinal do Floquinho. No dia seguinte, incapaz de ter pensamentos felizes, o Cebolinha nem sequer sai da cama. Até que lhe batem à porta do quarto. É a Mónica, o Cascão e Magali. Os amigos uniram-se para o animarem, sem sucesso. Então, Cascão diz-lhe que aquele não é o Cebolinha que conhece; esse tem sempre um plano. Cebolinha parece despertar da letargia que se apoderara dele e giza um plano. Um plano que os levará para muito longe de casa, numa demanda pejada de perigos, em busca do Floquinho, o seu amigo de pelo esverdeado…

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