Farsa de Inês Pereira

Farsa de Inês Pereira

Farsa de Inês Pereira

A adaptação de Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente à banda desenhada por André Morgado e Jefferson Costa.

O segundo volume da coleção Clássicos da Literatura Portuguesa em Banda Desenhada adapta a obra Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente. Conta com argumento de André F. Morgado e ilustrações de Jefferson Costa.

Esta peça de teatro de Gil Vicente, que retrata a ambição de uma criada da classe média portuguesa do século XVI, foi apresentada pela primeira vez para o rei D. João III, em 1523, no Convento de Tomar. Atualmente, faz parte das leituras obrigatórias do 10.º ano de escolaridade.

O dossier pedagógico deste livro é da responsabilidade do Professor Dr. José Augusto Cardoso Bernardes, Professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde tem sobretudo regido cadeiras no âmbito da Literatura Portuguesa do século XVI e na Didática da Literatura.

Trata-se da segunda vez que a Levoir edita uma adaptação de uma obra de Gil Vicente para banda desenhada, tendo previamente sido lançada a BD O Auto da Barca do Inferno.

Inês Pereira é uma jovem caprichosa, ambiciosa e emancipada, sabe ler e escrever, procura um marido que a faça feliz não ouvindo os concelhos que a mãe lhe dá, não quer ter uma vida submissa, acabando por se casar com o homem que quer, mas fica desencantada e desiludida, transformando-se na esposa infiel do segundo marido. A Farsa de Inês Pereira ilustra o ditado “antes quero burro que me leve que cavalo que me derrube”, de forma bastante caricata e viva.

Gil Vicente é um mestre do teatro português do século XVI, considerado o primeiro dramaturgo moderno, sendo as suas obras preenchidas por momentos de sarcasmo, ironia e critica social. A sua sátira é predominantemente dirigida aos vícios das classes sociais mais abastadas, como a nobreza e o clero, devido ao autor possuir a proteção dos reis D. Manuel e D. João III. Entre as suas críticas, encontrava-se o parasitismo da aristocracia, o materialismo do clero e a corrupção da administração, assim como a desproteção da classe trabalhadora, mais pobre. Além de autor, desempenhava também as funções de encenador e ator, tendo levado a cena cerca de 50 peças, entre 1502 e 1536. Existem muitas dúvidas quanto à biografia de Gil Vicente. Desconhecem-se a data e o local de nascimento, por exemplo. Com base em indicações documentais surgidas depois da sua morte, acredita-se que possa ter nascido em Guimarães ou em Barcelos no ano de 1465.

André F. Morgado nasceu na cidade da Guarda, em Portugal, sendo licenciado em Pedagogia e especializado em Ensino Especial. Paralelamente às suas atividades enquanto docente, tem trabalhado, nos últimos anos, junto de várias faixas etárias para incentivar o interesse e gosto pela cultura, bem como cultivar o valor do pensamento crítico, social, científico e artístico. No que toca à banda desenhada, cocriou a editora Bicho Carpinteiro, atualmente revertida numa chancela da cooperativa editorial A Seita. Editou ainda Virar a Página – Antologia de BD, onde publicou 2 BD curtas, “O Piano das Vinte e Uma” (com Ronald Kaiser) e “Prisma” (com Kachisou). Na sua carreira enquanto argumentista de banda desenhada, destacam-se A Vida Oculta de Fernando Pessoa, ilustrada por Alexandre Leoni (originalmente lançado no Brasil em 2015 na editora SESI-SP, com edição portuguesa em 2016 na Bicho Carpinteiro, que reeditou ainda em 2018 a obra com uma edição especial), e O Infeliz Pacto de George Walden, ilustrada por Rodolfo Oliveira (A Seita, 2023).

Jefferson Costa nasceu em São Paulo, em 1979. Atua em áreas como a ilustração, storyboard, design de personagens e animação. Como autor de banda desenhada, participou nas coletâneas Front #16 (“Feliz aniversário, feliz obituário”; Via Lettera, 2005; entretanto, republicada pela Conrad em 2023), nos três volumes de Quebra Queixo – Technorama (Devir, 2003-2010), Bang Bang (originalmente publicada nos EUA como Gunned Down pela Terra Major em 2005, conhecendo edição brasileira pela Devir no mesmo ano), os dois números de Máquina Zero (Quadro a Quadro, 2013-2015), os dois números de Gibi Quântico (Quanta Estúdio de Arte, 2014-2015), Orixás vol. 5: Iku (edição de autor, 2019), Marighella #livre (Draco, 2020), Os Sussurros do Caos Rastejante (Jambô, 2022) e Paulo Freire #presente (Draco, 2022), entre outras. Desenhou os álbuns A Dama do Martinelli (com argumento de Marcela Godoy; Devir, 2012), a premiada adaptação de A Tempestade de Shakespeare (com argumento de Lillo Parra; Coleção Shakespeare em Quadrinhos, vol. 4 – Nemo, 2012) e a também premiada La Dansarina (novamente com argumento de Parra; Quadro a Quadro – 2015; entretanto, reeditada pela Jupati Books em 2017 e a HarperCollins em 2022). Para a coleção Graphic MSP, lançou os premiados “Jeremias – Pele” (Panini, 2018), “Jeremias – Alma” (Panini, 2020) e Jeremias- Estrela (Panini, 2023). Em 2019, escreveu e ilustrou a premiada obra Roseira, Medalha, Engenho e outras histórias (Pipoca & Nanquim). No ano seguinte, lançou o livro ilustrado Anansi, escrito por Lucas Benetti (edição de autor). Em 2022, foi lançada Amantikir, com argumento de Parra (editora Trem Fantasma). Para os EUA, Jefferson adaptou a obra de Phineas Poe na banda desenhada Kiss Me, Judas (com argumento de Will Christopher Baer; Terra Major, 2009), participou na antologia Outlaw Territory vol. 3 (Image, 2013), sendo ainda o ilustrador da série Arcane Sally and Mr. Steam (com argumento de  David Alton Hedges, publicada no Brasil com o título Arcane Sally & Sr. Vapor) e da biografia de Fela Kuti (com argumento de Nathalia Thomaz; Edebê, 2022).

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