Daniel da Silva Lopes: “Quero um contacto mais direto com os leitores”

Daniel da Silva Lopes: “Quero um contacto mais direto com os leitores”

daniel da silva lopes - sweet wind 2

Entrevista a Daniel da Silva Lopes, a propósito do lançamento de Sweet Wind #2.

Nuno Pereira de Sousa: Para os leitores que começaram a acompanhar a série Sweet Wind no formato de webcomic no Bandas Desenhadas, comecemos por esclarecer uma questão que nos têm colocado. Realizaste algumas alterações às pranchas publicada nas revistas?
Daniel da Silva Lopes: Sim, bastantes até. O Sweet Wind é muito importante para mim e representa as mudanças que a Gorila Sentado foi sofrendo desde 2018. Sobre as pranchas, refiz desenhos, mudei a direção na história, novas cores… Os projetos Solar Sailors e Teller apareceram primeiro, mas sinto mesmo que o Sweet Wind é o verdadeiro catalisador da Gorila e do meu trabalho. Não podia estar mais ansioso para publicar e mostrar o #3.

Nuno Pereira de Sousa: Com o lançamento de Sweet Wind #2, termina o material previamente publicado em webcomic em 2020. Ao longo destes 4 anos, o argumento dos 4 números restantes foi-se modificando?
Daniel da Silva Lopes: Sinceramente, tudo mudou no Sweet Wind. Por exemplo, o #2 tem 41 novos desenhos e mesmo a história tem diferenças. Acredito piamente que este #2 é o melhor comic que já fiz até hoje. Ele significa mesmo muito para mim. E volto a referir que não podia estar mais ansioso e entusiasmado para revelar o #3. 

daniel da silva lopes - sweet wind 2

Nuno Pereira de Sousa: Recentemente, trabalhaste com o Pedro Moura numa BD publicada em In the Dust of Our Planet #2. Como foi esse processo?
Daniel da Sila Lopes: O Pedro é um dos meus autores portugueses favoritos. O Pedro não para e parece uma fonte de ideias inesgotáveis. Adoro o trabalho dele e adoro como ele se esforça neste nosso mercado. É de uma enorme honra para mim ter conseguido um conto do Pedro na revista. Já tínhamos falado há uns anos e ficamos acordados, na altura, em fazer um conto para a revista Cais. Mas, infelizmente, nunca consegui acabar o trabalho e tudo ficou um bocado perdido. Quando trouxe a Gorila de volta, voltei a contactar o Pedro e uma coisa levou à outra e a história originalmente para a revista Cais transformou-se numa história para o segundo número do In the Dust of Our Planet. A história explora um bocado o universo que quero criar e o Pedro fez um trabalho incrível e mostrou uma paciência fora de série em tentar perceber o que estava a tentar criar. 

daniel da silva lopes e pedro moura

Nuno Pereira de Sousa: Quanto a novas parcerias com autores que explorem contigo o universo de Solar Sailors, o que podes revelar?
Daniel da Silva Lopes: Bem, posso dizer que convites foram feitos. Conversas foram travadas. Tanto com autores portugueses como estrangeiros. Mas ainda é cedo para poder revelar algo. Espero, em meados de agosto, ter algo mais concreto para anunciar. Uma coisa é certa, irei voltar a trabalhar com o Pedro e quero muito conseguir mostrar o trabalho de outros autores portugueses. Vivemos num mercado tão pequeno que se não nos unirmos e nos ajudarmos uns aos outros nunca iremos conseguir evoluir. Espero conseguir fazer algo que possa mudar um bocado as coisas. 

Nuno Pereira de Sousa: Tens planos para prosseguir as primeiras séries da Gorila Sentado, com Solar Sailors #3 e Teller #2?
Daniel da Silva Lopes: Mais ou menos. Tenho pensado muito nisso e já decidi que a série Solar Sailors irá sair na íntegra num número especial do In the Dust of Our Planet, completamente reformulada e quase feita de raiz. Tenho planos para compensar quem adquiriu os dois números na altura mas ainda está numa fase de planeamento. Tenho como objetivo começar o trabalho na revista após o lançamento do Kael and the Red Cavern #1, a meio do ano. Sobre o Teller, teria que falar com o André [Mateus], que é outro autor que eu admiro imensamente, mas ainda não falei nem tenho nada planeado por agora. Ambos os projetos foram importantes para mim, mas muita coisa mudou. Dei muitos passos em falso e cometi alguns erros. Eles representam uma Gorila que já não existe. Espero que as pessoas consigam ver as mudanças da altura para agora e, com o tempo, desejem entrar nesta viagem connosco. 

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