A Estrada

A Estrada

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A Estrada, a adaptação da obra de Cormac McCarthy para a banda desenhada por Manu Larcenet.

A Ala dos Livros publica o seu segundo livro da autoria de Manu Larcenet, novamente uma adaptação de um romance. Desta feita, trata-se de A Estrada de Cormac McCarthy, sendo a publicação portuguesa desta banda desenhada realizada conjuntamente com a edição original da francesa Dargaud no dia 29 de março.

Relembre-se que o romance de McCarthy, originalmente lançado nos EUA pela editora Alfred A. Knopf em 2006, já tinha tido direito a uma adaptação para cinema em 2009, realizada por John Hillcoat e protagonizada por Viggo Mortesen e Kodi Smit-McPhee.

Entre os sobreviventes de um mundo pós-apocalíptico devastado, coberto de cinzas e de cadáveres, um pai e o seu filho deambulam por uma estrada, empurrando um carrinho de compras cheio de objectos diversos que, supostamente, os ajudarão ao longo da sua viagem. Sob a chuva, a neve e expostos ao frio, avançam rumo às costas do Sul, com o medo colado ao estômago: hordas de canibais selvagens que vagueiam pelo território aterrorizam o que resta da humanidade. Conseguirão eles sobreviver e chegar ao seu destino? A adaptação a banda desenhada de um romance marcante da literatura contemporânea.
A obra A Estrada, da autoria de Cormac McCarthy, venceu o prémio Pulitzer em 2007, sendo considerado pela crítica como uma “obra-prima moderna”. A adaptação desta obra para banda desenhada, assinada por Manu Larcenet, é um livro marcante.

Cormac McCarthy (1933-2023), após quatro anos passados no exército americano, assume pequenos trabalhos para viver, mas decide muito rapidamente dedicar-se por inteiro à escrita. A partir da década de 1960, publica os seus primeiros romances. Consegue um primeiro reconhecimento da crítica com Filho de Deus (1973). Meridiano de Sangue (1985) é também bem acolhido, mas o verdadeiro sucesso chega com Cavalos tão lindos (1992). No início da década de 2000, Este País Não É para Velhos e A Estrada, são ambos adaptados ao cinema, e vão definitivamente coroar Cormac McCarthy. Escritor reservado, McCarthy recusou sempre entrevistas ou encontros com os seus leitores. A Estrada concentra grande parte das preocupações de um autor sensível aos sonhos e à sua interpretação, trabalhadas pela fragilidade da humanidade e da sua possível destruição. Mais de quinze anos depois de A Estrada, McCarthy lança a sua última obra, um díptico: O Passageiro e Stella Maris.

Manu Larcenet nasceu em 1969, em Issy-les-Moulineaux, França. Desenhador (também argumentista e colorista), considerado por muitos uma das figuras chave da Nova Banda Desenhada Francesa. Em termos profissionais, Larcenet iniciou a sua atividade em 1994 nas páginas da revista Fluide Glacial, tendo o seu primeiro álbum sido publicado dois anos mais tarde, através da editora Audie. Colabora depois com a revista semanal Spirou e em 1997 funda, com Nicolas Lebedel, a editora Les Rêveurs de Runes, na qual edita os seus próprios projetos. Colabora, em 2000, com Lewis Trondheim na sua célebre saga Donjon, desenhando vários álbuns. Nesse mesmo ano, inicia a publicação na Dargaud, produzindo para a coleção “Poisson Pilote” álbuns como Les Entremondes (2000), que assina com o seu irmão Patrice Larcenet, Os Cosmonautas do Futuro (2001, com argumento de Trondheim), Le Temps de Chien (2002),  Le Retour a la Terre (2002, com argumento de Jean-Yves Ferri), La légende de Robin des Bois (2003), e Nic Oumouk (2005-2007). A publicação de Combate Quotidiano ocorre entre 2003 e 2008 e o primeiro tomo desta série valeu-lhe o prémio do melhor álbum no Festival de Angoulême em 2004. Entre 2008 e 2014, trabalha em Blast (2009-2014, Dargaud) , quatro álbuns densos e fascinantes. Em 2012, ilustra o romance de Daniel Pennac, Diário de Um Corpo, inicialmente publicado pela editora francesa Futuropolis, mas é em 2015 que se lança pela primeira vez na adaptação de uma obra literária: trata-se de O Relatório de Brodeck, um romance de Philippe Claudel, a qual foi galardoada com 3 Prémios na 3.ª edição dos Prémios Bandas Desenhadas (Melhor Obra Estrangeira, Melhor Argumento em Obra Estrangeira e Melhor Ilustração em Obra Estrangeira). Depois de Thérapie de groupe (Dargaud, 2020), A Estrada (Dargaud, 2024) é a sua última obra.

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