O Corvo 7 – Um novo dia num admirável mundo novo!

O Corvo 7 – Um novo dia num admirável mundo novo!

O Corvo 7 - Um novo dia num admirável mundo novo!

Análise de O Corvo 7: O Despertar dos Esquecidos.

Antes do artigo “O Corvo 7 – Um novo dia num admirável mundo novo!”, tempo para uma declaração prévia: eu, acima referido, declaro que este artigo acerca de O Corvo VII: O Despertar dos Esquecidos é altamente tendencioso, mas só diz a verdade, nada mais que a verdade, ainda que a verdade seja a minha!

Dito isto, vamos ao que interessa!

São 30 anos de vida que se comemoram com o lançamento de O Corvo – O Despertar dos Esquecidos, obra do suspeito do costume – Luís Louro. E não, não são trinta anos de Louro (isso gostava ele, embora também esteja de parabéns)! São trinta anos de O Corvo, aparecido nos idos de 1994, numa época em que a zona onde é hoje a Expo/Parque das Nações era ainda um descampado e um atoleiro. Curiosamente, ou talvez não, sendo o Corvo um super-herói alfacinha, a Expo é lugar onde não é visto. Antes prefere os locais mais castiços da Grande Alface, evitando até as “avenidas novas”. Talvez seja porque aí não há pombos, os seus inimigos figadais; e um super-herói tem de estar onde é preciso.

Dito isto, vamos ao que interessa!

São 30 anos que Luís Louro não quis que passassem em branco (o que não é difícil, pois o Corvo só actua no negrume nocturno). E, por isso, oferece-nos um álbum comemorativo da efeméride que nunca mais se repetirá – afinal, trinta anos só se fazem uma vez! Em conjunto com a Ala dos Livros, oferece-nos então um álbum carregado de extras. Desde logo, resultado de um desafio que o autor lançou aos seus leitores, temos nove páginas de fotos onde os fãs do Corvo aparecem a interagir com ele ao mesmo tempo que podemos ir vendo recortes de imprensa com críticas que apareceram de 1994 a 2023. Depois, uma página com a evolução gráfica do Corvo ao longo de trinta anos. E, por fim, uma galeria com todas as capas dos álbuns, onde se incluem aquelas que representam reedições. Para lá do fim e de propósito, refiro que também há um prefácio, mas que me faz lembrar o adágio popular “No melhor pano cai a nódoa”. Não sei onde o autor estava com a cabeça quando convidou o prefaciador. O homem não acrescenta nada de novo e até se esquece de umas quantas vírgulas. Felizmente que este momento menos feliz é ofuscado pelo brilho do resto – o génio de Luís Louro e o excelente trabalho da Ala dos Livros.

Dito isto, agora é que vamos ao que interessa!

Vamos à história!

Da Grande Maçã diz-se que é “a cidade que nunca dorme”. Da Grande Alface diz-se que é “a cidade onde os pombos nunca dormem”. E lá estão eles, a voar sob uma lua cheia, por cima dos telhados alfacinhas, por ruelas e calçadas, a coberto do silêncio da noite. Silêncio subitamente cortado por um grito lancinante, por certo de alguma vítima da criminalidade galopante de Lisboa. Mas não! O pedido de socorro é de O Corvo®, vítima de uma das maiores pragas da cidade – os estendais. Talvez a maior praga a seguir aos pombos, trotinetes e tuc tucs. Depois de se desenredar da armadilha quase fatal, é tempo de o herói dar uma palavrinha ao seu companheiro de heroísmos – Robim – que parece divertido com o sucedido.

O Corvo 7 - Um novo dia num admirável mundo novo!

Nova noite, novo pedido de socorro. Mas agora é dos verdadeiros. O grito desesperado vem de uma mulher cujo paizinho voltou a desaparecer ou a fugir, para ser mais exacto. Segundo a filha, parece que andava há dias a querer dar uma última voltinha. Talvez o velho fosse adepto da Volta a Portugal em Bicicleta. Ou gostasse de dar voltas ao bilhar grande. Ou dar uma voltinha com qualquer outra coisa (seja como for, cá para mim o autor vai esclarecer este enigma bem no fim da história).

Este é, tipicamente, um caso para o Corvo. O super-herói entra em modo demanda e começa a sua incansável busca pelo Sr. Alcides. O problema é que o nosso Corvo, talvez por usar óculos escuros à noite, só distingue idades, ignorando os géneros. E assim vai brindando a filha desesperada com inúmeros pais… e mães.

O Corvo 7 - Um novo dia num admirável mundo novo!
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