A Adopção 2: Wadji | Os Arrependimentos

A Adopção 2: Wadji | Os Arrependimentos

A Adopção 2: Wadji | Os Arrependimentos

A Adopção 2: Wadji | Os Arrependimentos, da autoria de Zidrou e Arno Monin.

Em abril, a Ala dos Livros prossegue a série A Adopção, da autoria de Zidrou e Arno Monin, com a publicação de A Adopção 2: Wadji | Os Arrependimentos. Trata-se do segundo díptico da série, tendo a editora portuguesa lançado o primeiro díptico em 2022.

Desta forma, este segundo álbum reúne os volumes 3 e 4 originais, denominados, respetivamente, Wadji e Os Arrependimentos, editados em França pela Bamboo em 2021 e 2023.

Após longos meses de espera, Gaëlle e Romain adoptaram Wajdi, de 10 anos. Originário do Iémen, Wajdi cresceu no horror da guerra. Uma infância abalada por lutas, privações, sofrimentos. Desconfiada, endurecida pela força das circunstâncias e sem falar uma palavra em francês, a criança de 10 anos assusta-se com os mais pequenos ruídos do quotidiano e interpreta mal os gestos mais simples. Os felizes pais adotivos serão rapidamente confrontados com os primeiros “nãos”, os primeiros problemas da adolescência e as primeiras rebeliões. Wajdi passou pelo pior, levará algum tempo para aceitar o melhor. O casal hesita em confirmar o pedido de adopção. A família que tanto queria esse filho ainda o quer? E o que restará então a Wajdi? Depois de o segundo tomo de A Adopção ter obtido, em 2017 e 2018 respectivamente os Prémio Saint-Michel para o Melhor álbum Francófono e o Prémio da BD Fnac da Bélgica, esta série tornou-se uma referência incontornável da BD europeia dos últimos anos. Depois da edição integral do 1.º ciclo (Ala dos Livros, 2022), a edição portuguesa, também pela Ala dos Livros, inclui num único volume os dois tomos do 2.º ciclo da edição francesa original dedicados à história de Wajdi.

Zidrou, nome artístico de Benoît Drousie, nascido em 1962 na Bélgica, radicado em Espanha há vários anos, Zidrou, começou a sua carreira de argumentista de banda desenhada nos anos 90, na revista Spirou. A sua anterior profissão, de professor primário, foi sem dúvida fundamental para dar vida a personagens como o L’Elève Ducobu (O Menino Toninho, na edição de 2000 da Meribérica/Liber, e O Menino Boavida na edição de 2007 ASA) – série que viria a ser adaptada a cinema em 2011 – ou de Tamara, dois ícones da banda desenhada juvenil em língua francesa. A partir de 2010, e depois do sucesso da série Les Crannibales (com Jean-Claude Fournier), que foi premiada no Festival de BD de Angoulême, Zidrou iniciou uma carreira vertiginosa na banda desenhada de cariz adulto, dando uma nota pessoal às suas histórias: dramas quotidianos nos quais o realismo alterna com o fantástico, e a alegria de viver estabelece uma forte aliança com a tristeza e a deceção. Zidrou é atualmente um dos argumentistas mais prestigiados da nona arte tendo recebido, em 2021, o Grand Prix de l’Académie Victor Rossel para o conjunto da sua obra, passando, desde então, a fazer parte do júri da Academia de Banda Desenhada.

Arno Monin, depois de ter concluído um bacharelato em literatura e ter frequentado o primeiro ano do curso de História de Arte, ingressa numa escola de artes aplicadas que oferece formação na área do desenho, da animação e da banda desenhada. Ainda a frequentar o curso de formação, começa a cogitar num projeto de banda desenhada. Dedicou-se a ele a tempo inteiro de forma a poder apresentá-lo a diversos editores. O seu caminho cruzou-se então com o da Grand Angle (uma chancela da editora francesa Bamboo), para a qual assinou o desenho de L’Envolée sauvage, a sua primeira obra baseada num argumento de Laurent Galandon. Aclamada quer pela crítica, quer pelos leitores, esta evocação de Shoah recebeu inúmeros prémios. Trabalhou depois em L’Enfant maudit, história que se passa em França em Maio de 1968. Depois de ter colaborado com Zidrou em Merci, em 2014, assinam de novo, em conjunto, a obra A Adopção, cujo primeiro tomo data de 2016.

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