Spirou: A Esperança Nunca Morre 4, da autoria de Émile Bravo.
Em abril, a ASA publicou Spirou: A Esperança Nunca Morre 4, de Émile Bravo. Foi em 2006 que a editora Dupuis inaugurou uma série intitulada Uma Aventura de Spirou e Fantásio por…, mais tarde também denominada como O Spirou de… O propósito era o de certos autores serem convidados para, não estando dependentes da cronologia do personagem, conceberem o “seu” Spirou.
O primeiro álbum foi publicado em Portugal em julho de 2007 pela ASA, numa coleção dedicada a Spirou lançada com o jornal Público. De seu título Os Gigantes Petrificados, foi assinado pelo duo de autores Yoann e Vehlmann.
Quinze anos volvidos, a ASA regressaria à série, publicando o 4.º volume, subintitulado O Diário de um Ingénuo, da autoria de Émile Bravo (originalmente, editado em 2008). Após este volume, Bravo prosseguiu a história do mesmo, realizando a subsérie A Esperança Nunca Morre… em 4 partes dentro daquela série (que correspondem aos volumes 13, 14, 18 e 19 da série belga, publicados entre 2018 e 2022).
A ASA tinha iniciado a edição desta tetralogia em novembro de 2022, com o lançamento da primeira parte. Quatro meses depois, foi publicada a segunda parte, a qual teve direito a 3 nomeações para os Prémios Bandas Desenhadas na 5.ª edição dos Prémios Bandas Desenhadas, tendo vencido na categoria de Melhor Série de Publicações. Em outubro do ano passado tinha sido publicada em Portugal a terceira parte, sendo lançada a quarta parte 6 meses depois. Originalmente, este último álbum da subsérie foi editado em 20 de maio de 2022.
Embrenhados na tormenta da Segunda Guerra Mundial, Spirou tenta sobreviver mantendo-se fiel aos seus valores, e Fantásio liberta a Bélgica (com a ajuda dos Aliados)… Chega pois o final de uma tragicomédia humanista dividida em quatro volumes.
Émile Bravo nasceu em 1964, em Paris, de pais espanhóis. Cresceu a ler todo o panteão da BD franco-belga (Astérix, Spirou, Tintin, Lucky Luke…) e cedo se sentiu ligado a esse universo. Segue, no entanto, estudo técnicos. Contudo, quando descobre Pratt e toma consciência de que a vida é só uma, decide por fim lançar-se na banda desenhada. Depois de uma autoformação, Émile Bravo encontra o seu grande cúmplice, Jean Regnaud, com o qual publica o seu primeiro álbum de BD, Ivoire, em 1990. A dupla haverá de lançar vários outros álbuns ao longo das próximas décadas. Em 1992, juntou-se ao Atelier Nawak, com Lewis Trondheim, Christophe Blain, David B., Joann Sfar e Fabrice Tarrin. Mais tarde, em 1995, foi um dos fundadores do Atelier des Vosges, juntamente com a maioria dos membros do Atelier Nawak e Frédéric Boilet, Marjane Satrapi e Marc Boutavant. Próximo de vários autores importantes da Editora L’Association, Émile Bravo distingue-se pelo grande respeito que nutre pela tradição e pelos cânones da BD de aventuras para jovens, nomeadamente pelos princípios da linha clara de Hergé, que contribui para reavivar. É aliás nesse contexto que publica em 2008 o incontornável Diário de Um Ingénuo, onde imagina as origens do famoso paquete de hotel criado por Rob-Vel 70 anos antes. Esta aventura narra as aventuras do jovem Spirou no dealbar da Segunda Guerra Mundial e cativou tanto o público como a crítica, não só pela frescura gráfica e narrativa mas também pela sua virulenta e muito pedagógica crítica à guerra. O álbum recebe inúmeros prémios e distinções e o autor decide dar-lhe continuidade em A Esperança Nunca Morre…, mais de 300 páginas divididas por 4 álbuns, que descrevem as aventuras de Spirou durante a ocupação nazi da Bélgica.
Spirou: A Esperança Nunca Morre… (quarta parte)
ÉMILE BRAVO
Editora: ASA
Páginas: 48, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 320 x 234 mm
ISBN: 9789892360713
PVP: 19,90€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.