




The Boys Temporada 4: Crítica da nova temporada, que estreia a 13 de junho.
No dia 11 de junho, estreia The Boys: Temporada 4 no serviço de streaming Prime Video, a mais recente temporada da série televisiva baseada na série de banda desenhada homónima de Garth Ennis e Darick Robertson. No dia 11, estreiam os primeiros 3 episódios, estreando cada novo a um ritmo semanal, até ao dia 18 de julho. Já vimos os episódios! Esta é a nossa The Boys Temporada 4: Crítica, sem spoilers!

Primeiro, há que relembrar que, em maio deste ano, a Amazon Prime Video tinha anunciado que a série foi renovada para uma 5.ª temporada. Portanto, não só a narrativa não chega ao final com esta 4.ª temporada como será de esperar que dê pistas para onde a mesma seguirá.

Segundo, uma questão que será pertinente é se se deve visualizar a 1.ª temporada do spin-off Gen V antes da 4.ª temporada de The Boys. Não sendo totalmente imprescindível, vários personagens de Gen V surgem na 4.ª temporada de The Boys, bem como alguns dos seus acontecimentos são evocados. Dessa forma, faz sentido visualizar a 1.ª temporada de Gen V antes da 4.ª de The Boys.

As novas personagens introduzidas, desempenhadas por Susan Heyward, Valorie Curry e Jeffrey Dean Morgan, são interessantes. E existe ainda uma reconhecida e multipremiada atriz a dar voz a outra personagem. E um famoso ator também faz uma curta aparição (quando alguém falar sobre falafel, saberão a quem me refiro). Alguns atores recorrentes também regressam à série, como Simon Pegg e Giancarlo Esposito.

Quanto aos atores principais, continuam a desempenhar extremamente bem os seus personagens. Starr, por exemplo, capta cada vez melhor o psicopata que é Homelander. E se Laz Alonso é o ator que fisicamente se encontra mais distante do personagem a que nos habituamos (sem pelo facial e com menor peso), Nathan Mitchell é o ator que nos apresenta um Black Noir distinto do que conhecemos.

Se há um enredo constante ao longo da temporada, é o facto das personagens serem confrontadas com o seu próprio passado, espelhado, frequentemente, noutros personagens. No entanto, a maioria destas batalhas que os personagens travam consigo mesmos são pequenos trechos que não deixam marcas, perante a grandiosidade e apelo à espetacularidade em que a série se empenha. O de Serge será talvez o mais fraco, mas nenhum se distingue, com exceção do de Butcher (e, em menos grau, o de Kimiko).

E, falando da exploração da espetacularidade, os que apreciam os grandes feitos e efeitos no pequeno ecrã das temporadas anteriores, continuarão certamente agradados com a CGI, a violência extrema e a nudez (quase sempre masculina) e a crítica desmesurada a que série os habituou.

Para além da sátira às obras com super-heróis, a mesma enfia também as suas garras na política, no racismo, na intolerância religiosa, na misoginia, nas teorias da conspiração… Ou em temas bem mais leves, como o Universo Cinematográfico Marvel.

Os géneros explorados, para além do óbvio subgénero dos super-heróis, vão desde a comédia ao drama, passando pelo thriller e o terror (por vezes mais visceral, outras vezes mais psicológico).

No episódio 6, dá-se a conhecer um twist importante no enredo. Confesso que, desde o início que suspeitei do mesmo e passei os seguintes episódios a provar-me que estava certo. A minha teoria revelou-se sempre à prova de balas e estava convicto que no último episódio tal seria revelado. De facto, a revelação ocorreu no 6. Julgo que tal devia ter sido melhor trabalhado, atendendo a que acredito que quisessem que tal fosse um vero twist e não que fosse descoberto pelos espetadores antes do tempo.

De qualquer modo, fui surpreendido várias vezes, fosse com a Zoe (logo no 1.º episódio) ou com o destino de Barbara (no 4.º). Acredito que o terror psicológico do 4.º episódio, inclusivamente, incutido pelo Homelander, teria funcionado melhor com um episódio inteiramente dedicado a tal ou que constituísse um módulo só com as suas cenas, não sendo intercalado com os restantes arcos. Ao ser interrompida, a crescente tensão vai-se dissipando e quando se regressa ao local de cena, tem de se reiniciar o crescendo da tensão novamente, o que nem sempre resulta.

Quanto à música escolhida para a banda sonora, é bastante eclética, desde a tradicional “Old McDonald Had a Farm” até Sex Pistols, passando por Talking Heads, Les Terribles, 2 Life Crew e, inclusivamente, Len. No entanto, para além da cantiga infantil mencionada, provavelmente, as que ficarão na memória serão, mais do que um certo duo de supers a cantar “Up Where We Belong”, as canções originais do espetáculo no gelo e de um programa especial infantil com marionetas.

É um facto que podemos dizer que, até certo ponto, a 4.ª temporada pouco acrescenta e que é mais do mesmo. Mas é inegável que, no atual mundo em que vivemos, muito do que está a ser dito é muito importante ser ouvido. E que os fãs da série vão-se refastelar mais uma vez a ver a nova temporada.




Trailer
Sinopse de The Boys: Temporada 4
Nesta temporada, o mundo está à beira do abismo. Victoria Neuman está cada vez mais perto da Sala Oval, sob a alçada musculada de Homelander, que está a consolidar o seu poder. Com apenas alguns meses de vida, Butcher perdeu o filho de Becca e o trabalho como líder dos The Boys. O resto da equipa está farto das suas mentiras. Correndo riscos como nunca, vão ter de encontrar uma forma de trabalhar em conjunto e salvar o mundo antes que seja demasiado tarde.
The Boys é protagonizada por Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr, Erin Moriarty, Jessie T. Usher, Laz Alonso, Chace Crawford, Tomer Capone, Karen Fukuhara, Colby Minifie, Claudia Doumit e Cameron Crovetti. Na quarta temporada juntam-se nomes como Susan Heyward, Valorie Curry e Jeffrey Dean Morgan.
The Boys é baseada na saga de livros de banda desenhada bestseller do New York Times, de Garth Ennis e Darick Robertson, que também é produtor-executivo, e é desenvolvida pelo produtor-executivo e showrunner, Eric Kripke. Seth Rogen, Evan Goldberg, James Weaver, Neal H. Moritz, Pavun Shetty, Phil Sgriccia, Craig Rosenberg, Ken F. Levin, Jason Netter, Paul Grellong, David Reed, Meredith Glynn e Michaela Starr são também produtores executivos. The Boys é produzida pela Amazon Studios e Sony Pictures Television Studios, com a Kripke Enterprises, Origin Film e Point Grey Pictures.

Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.