Sunny 3

Sunny 3

sunny 3

Sunny 3, da autoria de Taiyo Matsumoto.

Em junho, chega às livrarias Sunny 3, o terceiro volume desta série de manga da autoria de Taiyo Matsumoto.

No Japão, a série foi serializada na revista seinen Monthly Ikki da editora Shogakukan de 25 de dezembro de 2010 a 25 de setembro de 2014, altura em que esta publicação foi cancelada. A manga foi posteriormente transferida para a revista seinen Monthly Big Comic Spirits, sendo publicada de 27 de janeiro a 27 de julho de 2015. A Shogakukan reuniu os 37 capítulos da série em seis volumes, lançados de 30 de agosto de 2011 a 30 de outubro de 2015.

Este terceiro volume da edição portuguesa reúne os livros 5 e 6 da edição original, lançados respetivamente em 30 de maio de 2014 e 30 de outubro de 2015. No primeiro trimestre do ano passado, o primeiro volume da edição nacional foi nomeado para a categoria de Melhor Manga nos Prémios Bandas Desenhadas 2023.

Na casa de Acolhimento Hoshinoko, um grupo heterogéneo de crianças enfrenta as inseguranças inerentes ao crescimento e ao facto de serem abandonadas ou órfãs. A sua via de escape é a imaginação e Sunny, um carro velho que não funciona, mas consegue transportá-los para longe ou simplesmente proporcionar refúgio das dificuldades do dia a dia.

Taiyo Matsumoto nasceu em Tóquio, em 1967, e sonhava vir a ser jogador de futebol, mas apaixonou-se pela banda desenhada europeia e aos 20 anos publicou a sua primeira manga. A sua obra reflete muitos dos seus interesses e vivências, transitando entre temáticas de desporto, comédia familiar, relato social ou o épico de ficção científica. O seu estilo artístico, diferencia-se pela combinação singular de realismo, sonho e fantasia. O autor viveu numa casa de acolhimento quando era jovem, mas desmente que Sunny seja um livro autobiográfico. Numa entrevista concedida à Time Out Tokyo, em 2013, o autor falou longamente do seu trabalho e do papel desta obra na sua carreira de mangaká, referindo que algumas partes de Sunny são “extremamente relacionadas com as minhas próprias experiências, mas outras foram inventadas”. Podemos relacionar a arte e forma de contar histórias do Matsumoto com outros géneros artísticos, como por exemplo o cinema, ou outros autores japoneses, como Jiro Taniguchi. Embora o autor reconheça ter sido bastante influenciado pela banda desenhada europeia, é indiscutível que o ponto de vista reflexivo, tranquilo, tem pontos comuns com as obras de Jiro Taniguchi. Matsumoto regista os acontecimentos, por vezes com alguma tristeza ou melancolia, outras com toda a ingenuidade de que apesar de tudo os seus personagens são capazes, “sem tomar partido”, quase um espetador das suas próprias páginas. Embora relatados de forma realista, os mundos destes autores têm também um ponto de vista onírico, de fantasia, tranquilo e sem grandes sobressaltos, mas apreciando de forma atenta e prazerosa o que se passa à sua volta e sabendo como comunicar este prazer ao leitor. O autor foi galardoado com vários prémios, incluindo Prémio Especial da 30.ª Japan Cartoonist Association para Gogo Monster (2001), Prémio de Excelência em manga Japan Media Arts Festival (2001), Prémio Eisner da Melhor Publicação Americana de Material Estrangeiro para Tekkon Kinkreet (2008), Prémio Cultural Tezuka Osamu para Takemitsuzamurai (2011), Prémio Shogakukan de Melhor Manga para Sunny (2016), Prémio de Excelência Media Arts Festival para Sunny (2016) ou Prémio de Melhor Publicação Americana de Material Estrangeiro – Ásia para Les Chats du Louvre (2020), tendo também sido homenageado no Festival de Angoulême em 2019.

Deixa um comentário